Bom dia, Vietnã! Não, os últimos dias não tem sido tão bons assim. Faleceu essa semana em Tiburon na Califórnia aos 63 anos um dos grandes atores dessa geração. Robin Willians foi encontrado morto em sua casa na manhã da última segunda-feira, dia 11. Uma investigação da polícia local está sendo feita, mas as evidências são a de que ele teria cometido suicídio por asfixia. De acordo com a agente do ator, Mara Buxbaum, ele estava lutando contra uma forte depressão nos últimos tempos e já havia sido internado várias vezes em clínicas de reabilitação, por problemas com drogas, a última delas no último mês de julho.
Ó capitão, meu capitão! Robin Williams foi um comediante brilhante que também soube emocionar com o mesmo brilho. Ao longo da sua carreira ele facilmente transitou entre o drama e a comédia, muitas vezes misturando os dois. Foi quatro vezes indicado ao Oscar, mas só ganhou a estatueta uma vez por sua atuação em "Gênio Indomável" em 1997.
Injusto uma vez que fez milhares personagens inesquecíveis, como radialista meio pirado do exército Adrian Cronauer em "Bom Dia, Vietnã" (1987), o professor John Keating que mudou a vida de seus alunos em a "Sociedade dos Poetas Mortos" (1989), o multifacetado Daniel Hillard, que encarnou a senhora Doubtfire para poder ver os filhos em "Uma Babá Quase Perfeita" (1993) ou então o doutor Hunter "Patch" Adams em "Patch Adams - O Amor é Contagioso" e Chris Nielsen "Amor Além da Vida", ambos de 1998.
Isso sem contar os que outros trabalhos, que talvez realmente não fossem dignos de um Oscar, mas que divertiram e marcaram toda uma geração, principalmente que cresceu nos anos 90, como o Peter Pan adulto de "Hook, a Volta do Capitão Gancho" (1991), o garoto que envelhece dentro do jogo e vive mil aventuras em Jumanji (1995). Sem contar que muito antes disso, em 1980, ele interpretou o famoso personagem dos desenhos animados Popeye em um filme de carne e osso, que dividiu opiniões na época. Outro trabalho notório foi na dublagem única e literalmente genial do Gênio do longa de animação Alladin de 1992.
Alias, a dublagem foi uma das suas primeiras atividades, uma vez que desde criança ele criava vozes para se distrair e depois foi incentivado por um professor de teatro a investir nesse dom. Inclusive foi nesse momento que ele conseguiu vencer a sua implacável timidez. Williams ainda teve uma carreira notória na TV americana antes de chegar ao cinema. Um dos personagens mais marcantes foi Mork nas séries "Happy Days" e "Mork and Mindy", essa última um spin off, do final dos anos 70 até o começo dos anos 80. O ator improvisava boa parte de seus diálogos, e criava ágeis cenas de comédia verbal e física, falando com uma voz aguda e anasalada. O personagem elevou Robin Williams a um patamar de ídolo nos Estados Unidos, tendo seu rosto aparecendo em pôsteres, livros para colorir, lancheiras e outras mercadorias.
Procurando um público mais variado após as séries, ele passou a atingir um público mais variado fazendo apresentações de stand-up comedy, fazendo três especiais para a HBO: "Off The Wall" (1978), "An Evening with Robin Williams" (1982) e "Robin Williams: Live at the Met (1986)". Ele também se apresentou no famoso programa de comédia americano "Saturday Night Live" em 1981 e foi o responsável por ser o mestre de cerimônias da 58º edição do Oscar em 1986. Isso tudo lhe rendeu uma estrela na "Calçada da Fama" de Hollywood localizada no número 6901 da Hollywood Boulevard.
Em um comunicado a imprensa americana, a viúva de Robin Willians, Susan Schneider, fez um pedido aos fãs. "Em nome da família do Robin, peço que respeitem nossa privacidade nesse momento e que lembrem dele não por sua morte, mas pelos momentos de alegria e risada que ele proporcionou a todos ao longo de sua carreira", pediu.
E ela pode ter certeza todos lembrarão para sempre do sorriso contagioso e do talento desse descendente de ingleses, galeses, irlandeses e de franceses, que fez não só esses povos, mas todo o planeta sorrir e se emocionar durante esses mais de 40 anos de carreira. Ele poderia ter algumas atitudes questionáveis, mas fora de questão está o seu talento imenso e é uma pena que, mesmo tendo feito a alegria de tantos, ele não tenha conseguido, pelo menos nos últimos anos de vida, fazer a sua própria.






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